29 de janeiro de 2010

De mãe para mãe!!

Carta enviada de uma mãe para outra mãe em São Paulo, após um noticiário na TV:


Prezada mãe:

Vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da febem em São Paulo para outra dependência da febem no interior do Estado.

Vi você se queixando da distância que agora separa você do seu filho, das dificuldades e das despesas que agora passou a ter para visitá-lo, bem como de outros incovenientes decorrentes daquela transferência.

Vi também toda cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mãe na mesma situação de você, contam com o apoio de Comissões Pastorais, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, ONGS, etc...

Eu também sou mãe e assim bem posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro.

Enorme é a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados para auxiliar no sustento e educação do resto da família...

Felizmente posso contar com o meu inseparável companheiro, meu marido, que desempenha para mim papel de amigo e conselheiro espiritual.

Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que seu filho estupidamente matou num assalto a uma vídeo locadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar sua faculdade a noite.

No próximo domingo quando você estiver abraçando e beijando o seu filho eu estarei visitando o meu e depositando flôres no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo.

Nem no cemitério, nem na minha casa nunca apareceu nenhum representante dessas "Entidades" que tanto lhe confortam, para me dar uma palavra de apoio e talvez me indicar "os meus direitos"!

Acho que todos aqueles que perderam seus filhos assassinados deveriam tomar alguma atitude no sentido de acabar com essa inversão de valores que assola o Brasil.

"DIREITOS HUMANOS SÃO PARA HUMANOS DIREITOS"

Desabafo de uma mãe inconformada com a morte estúpida de seu filho.


Sobre a Autora:
Rosana Ibanez Rosana Ibanez:Sou alguém que gosta da vida, que procura viver dentro de seus princípios, que ama sua família, que viveu bastante mas não o suficiente, que apesar da distância e das barreiras, ainda acredita no amor entre duas pessoas, que acredita na continuidade da vida após a morte, que ama o próximo como a si mesma, que ainda acredita no ser humano e que tem DEUS como ser supremo.

5 comentários:

Lara disse...

Olá Rosana!
Menina, nem gosto de ouvir de filho assassinado pois não deve haver sofrimento maior. Vc escreveu bem!
Fiz um post prá vc no meu blog, espero que goste,
um beijo!

La Sorcière disse...

Totalmente de acordo!

Blog da Mary disse...

Passando para deixar beijos e desejar um ótimo fim de semana.

Anônimo disse...

Olá Rosana...

Passei por aqui para lhe desejar um ótimo final de semana...

E a respeito do post, estou de acordo!!!

Bjao...

Simone Anjos disse...

Olá amiga,
Essa é uma bela lição que o homem deve aprender, e rapidinho, nos unindo para salvar nosso planeta ou estamos fadados a desaparcer. É melhor aprender a conviver com os espinhos...
Beijos na alma,

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